Em princípio as pessoas normais agem inteligentemente.
Há pessoas que, nessa condição, não agem inteligentemente.
Portanto essas pessoas não são normais. Estas pessoas, por isso, já não são normais; elas degradam a condição humana: são degradantes e, daí, superlativamente desumanas.
Sem ofensa para a arte teatral, é estomagante o espectáculo a que temos estado a assistir na Assembleia da República no inquérito sobre a liberdade de expressão.
Neste inquérito há duas partes: os auditores ou inquiridores e os auditados ou inquiridos. Os primeiros não têm a mínima noção do que seja um inquérito porque A) partem do “parti pris” de que já determinaram a condenação, neste caso, do Governo-Sócrates e B) interrogam os inquiridos já com as respostas que sabem que querem que conduzam àquela condenação; os inquiridos (alguns) A), obviamente, querem o mesmo que os inquiridores; daí que respondam de acordo com o preconceito (= pré-juízo) enraizado na citada condenação e B) navegam encharcados no diz-que-disse-que-disse-que-diz.
É degradante o facto de, num inquérito, o inquiridor partir de um pré-juízo: se já sabe “sua” verdade, não há razão para se realizar um inquérito. É degradante o facto de, num inquérito, o inquirido partir de pré-juízo: se já sabe “sua” verdade, não há razão para participar num inquérito.
Mais: neste caso quer o presidente da Comissão quer os mais “falados” dos inquiridos alinharam nítida e gulosamente nas teses predifinidas da oposição partidária.
Espectáculo degradante, que nada abona da inteligência humana.
[Entretanto note-se que em todos os “fora” (de “forum”) e em todos os meios de comunicação social nunca houve tanta liberdade de expressão sobretudo da parte daqueles que afirmam que essa liberdade não existe]
09mar10
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