A ortografia não é
a Língua. Sempre a Língua (oral) ANTECEDEU
a Língua ESCRITA. ESTA veio DEPOIS.
Primeiro aprendemos a falar e, DEPOIS, aprendemos a escrever. ANTES da e SEM
ortografia JÁ há Língua. Os analfabetos não sabem escrever (=grafia), não
escrevem, MAS usam a Língua: FALAM SEM (ORTO)GRAFIA. A Língua dos
povos nasceu naturalmente; aprendemos naturalmente a falar.
A Língua oral É ORAL, NÃO É gráfica,
é Língua; e, sem escrita e/ou ortografia, os povos comunicaram sempre. EXACTAMENTE
PORQUE a Língua não é a ortografia.
A (orto)grafia é “FABRICADA”
pelos falantes – é artificial, NÃO É NATURAL
aos falantes, é ARBITRÁRIA; segundo as suas conveniências (nem sempre
universalmente admitidas), os falantes “FABRICAM”
sinais gráficos para representar a Língua falada;
estes transformam-se conformes aos tempos e às diversas realidades históricas.
A grafia chinesa não é a grega, esta é a nossa, e por aí fora. Não sei como se (orto)grafa
“filosofia” em sânscrito; a
“filosofia” será sempre “filosofia” quer se ortografe com “f” quer com “ph”
quer em sinais gráficos do sânscrito: o “constitucional” e/ou o “inconstitucional”, em termos
linguístico-gráficos (salvo opinião contrária devidamente argumentada) não tem valimento. A ortografia não é a Língua e a Língua
não é a ortografia.
Porque a ortografia não é a língua "a língua não se
muda por decreto": o AO NÃO
MUDOU a língua; NÃO HÁ
"novo Português". Sob este aspecto, Ivo Miguel Barroso não tem razão;
quer protagonismo mediático.