segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012


A ortografia não é a Língua. Sempre a Língua (oral) ANTECEDEU a Língua ESCRITA. ESTA veio DEPOIS. Primeiro aprendemos a falar e, DEPOIS, aprendemos a escrever. ANTES da e SEM ortografia JÁ há Língua. Os analfabetos não sabem escrever (=grafia), não escrevem, MAS usam a Língua: FALAM SEM (ORTO)GRAFIA. A Língua dos povos nasceu naturalmente; aprendemos naturalmente a falar. A Língua oral É ORAL, NÃO É gráfica, é Língua; e, sem escrita e/ou ortografia, os povos comunicaram sempre. EXACTAMENTE PORQUE a Língua não é a ortografia.
A (orto)grafia é “FABRICADA” pelos falantes – é artificial, NÃO É NATURAL aos falantes, é ARBITRÁRIA; segundo as suas conveniências (nem sempre universalmente admitidas), os falantes “FABRICAMsinais gráficos para representar a Língua falada; estes transformam-se conformes aos tempos e às diversas realidades históricas. A grafia chinesa não é a grega, esta é a nossa, e por aí fora. Não sei como se (orto)grafa “filosofia” em sânscrito; a “filosofia” será sempre “filosofia” quer se ortografe com “f” quer com “ph” quer em sinais gráficos do sânscrito: o “constitucional” e/ou o “inconstitucional”, em termos linguístico-gráficos (salvo opinião contrária devidamente argumentada) não tem valimento. A ortografia não é a Língua e a Língua não é a ortografia.
Porque a ortografia não é a língua "a língua não se muda por decreto": o AO NÃO MUDOU a língua; NÃO HÁ "novo Português". Sob este aspecto, Ivo Miguel Barroso não tem razão; quer protagonismo mediático.

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