Alguém no facebook de 27out11 escreveu:
A ortografia não é a Língua. Historicamente
falando, em todos os povos a Língua oral antecedeu a Língua escrita. Sabemos
que, relativamente à oralidade, a escrita é tardia.
Na vida real, primeiro aprendemos a falar (=falamos) e,
depois, aprendemos a escrever (=escrevemos): as crianças, primeiro, aprendem a
falar e falam; e, depois de aprenderem a escrever, escrevem. Os analfabetos
falam, não sabem escrever, não escrevem. A Língua nasceu naturalmente nos
povos; na vida real aprendemos naturalmente a falar.
A Língua oral não tem nem grafia nem, portanto,ortografia; e, sem escrita e/ou
ortografia, os povos comunicaram sempre. Na vida real aprendemos a falar sem
(orto)grafia.
Na vida real aprendemos a falar sem (orto)grafia. Esta,
quando aparece, é “fabricada” pelos falantes – é artificial;
e, segundo as suas conveniências (nem sempre universalmente aceites), os
falantes “fabricam” sinais gráficos
para representar a Língua falada; estes sinais podem transformar-se e
transformam-se com o andar dos tempos e segundo as diversas realidades
históricas. A grafia chinesa não é a mesma que a grega, nem esta é igual à nossa,
e por aí fora. Não sei como se escreve “filosofia” em sânscrito; sabemos, todavia, que a “filosofia” será sempre
“filosofia” quer se ortografe com “f” quer com “ph”. O “certo” e o “errado”, em
termos (linguístico-)ortográficos, (salvo opinião contrária devidamente
argumentada) não me parece que seja aplicável. A ortografia não é a Língua e a Língua não é a ortografia