sexta-feira, 2 de junho de 2006

os frutos educativos desse tempo de Silva & Leite






No Expresso de 18/06/94, o inenarrável J.Pacheco Pereira dizia “O que se passa no Ministério da Educação deixa-me completamente perplexo. Depois da ministra ter conseguido com a sua firmeza impedir que a contestação às “provas globais” tivesse sucesso, numa refrescante atitude de exercício de boa autoridade, as decisões da semana passada para “facilitar” as passagens de ano, podem deitar tudo a perder. [...] Tomando agora mais uma medida de facilitismo, mudando pela enésima vez os critérios de exigência na passagem dos anos – já deterioradas por sucessivas medidas de laxismo – e, retrospectivamente, alterando as condições de avaliação, parece ter-se voltado ao pior da acção confusa, sem nexo, em que critérios e reformas são mudados ao sabor do dia a dia e de decisões de última hora. Será que não se percebe naquela casa que medidas como esta serão devastadoras da credibilidade da política de educação, reforçam a imagem pública de um ensino secundário sem qualidade e de políticas educativas governamentais sem sentido nem direcção?”

-A ministra: era Manuela Ferreira Leite (Secretária de Estado do Orçamento até 1991 seguindo-se o cargo de Secretária de Estado Adjunta e do Orçamento de onde cessou funções em 1993 para assumir a pasta da Educação), cujo primeiro ministro era o actual Presidente da República Portuguesa, professor(!!!) Cavaco Silva, sendo a mesma hoje candidata (candidata!) a primeiro ministro nos próximos anos.

-“ parece ter-se voltado ao pior da acção confusa, sem nexo”: Claro. Daí que, porque a educação é um longo processo de preparação, estejamos hoje onde estamos, os mais atrasados dos Vinte e Cinco. Aquele facilitismo, imposto por Cavaco Silva, primeiro ministro, e pela citada sua Ministra da Educação, tem hoje os seus péssimos frutos.

A pergunta imprescindível a fazer é esta: quem é que, quem foram os governantes que acabaram com a nota de 14 (ou 16?) valores para se ser dispensado dos exames oficiais?
Quem é que, quem foram os governantes que permitiram que se passasse com 10 valores e se pudesse ir ao exame oral com 8 valores?

- Parafraseando o inefável JPP: São “medidas como essas que foram devastadoras da credibilidade da política de educação, reforçaram a imagem pública de um ensino secundário sem qualidade e de políticas educativas governamentais sem sentido nem direcção e que deitaram tudo a perder” até hoje – 02junho2006.

- A educação é um longo processo de preparação da formação académica, intelectual e cívica e profissional, LONGO: LONGO, já vem desde, pelo menos 1993 (Manuela Ferreira Leite foi Secretária de Estado do Orçamento até 1991 seguindo-se o cargo de Secretária de Estado Adjunta e do Orçamento de onde cessou funções em 1993 para assumir a pasta da Educação).

Estes são os frutos educativos desse tempo de Silva & Leite

Arquivo do blogue