quarta-feira, 29 de março de 2006

Viva o fundador do facilitismo no ensino em Portugal, o pai do “monstro":

“Mais sintomático ainda, é quando Cavaco Silva enuncia como programa do seu mandato aquilo que verdadeiramente é um programa de Governo. Quase nada de política externa ou de defesa - as únicas zonas onde ainda partilha constitucionalmente algum poder com o Governo; e nada sobre a qualidade da democracia e os direitos de cidadania, que lhe cabe vigiar. Em vez disso, a reforma da justiça, do ensino e qualificação profissional e do financiamento da segurança social. Tudo, curiosamente, não apenas matérias da estrita competência do Governo, mas também matérias, que era suposto terem sido resolvidas com as célebres "reformas da década", que ele anunciou ter feito e, como se vê, não fez.
De facto - e aí reside o essencial da minha crítica ao "cavaquismo" - Cavaco Silva teve dez anos privilegiados para governar e fazer as reformas de que o país precisava e gastou-os a fazer estradas, hospitais e pouco mais. Deixou a justiça em roda livre, aumentou o "monstro" da Administração Pública sem a reformar, deixou a educação entregue aos sindicatos e as verbas para formação do Fundo Social Europeu entregues a vigaristas sem escrúpulos, e a Segurança Social na ante-véspera da falência. Tudo aquilo que ele agora anuncia ir exigir que este Governo faça e que ele não fez, quando tinha maioria absoluta, uma enxurrada de dinheiros europeus e uma situação económica internacional invejável, com juros baixos e energia barata” (escreveu Miguel Sousa Tavares, Expresso, 11 de Março de 2006).

Pai do "monstro"- Cadilhe disse.

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